Máquinas da autarquia terão feito trabalhos particulares
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RELATÓRIO LNEC. PARQUE DE ESTACIONAMENTO DA RUA DE SÃO JOÃO
Laje vibra com saltos de uma pessoa
Continue a ler RELATÓRIO LNEC. PARQUE DE ESTACIONAMENTO DA RUA DE SÃO JOÃOESCÂNDALO

Já ontem, através do Facebook, no decorrer da sessão de instalação da Assembleia Municipal da Horta (AMH) e tomada de posse da Câmara Municipal da Horta (CMH), em que participei, representando o Grupo de Cidadãos Eleitores SOMOS FAIAL, a convite da senhora presidente da AMH, tive oportunidade de desejar a todos os cidadãos eleitos um mandato profícuo a favor do Faial e dos seus habitantes, o que, agora, reitero.
A cerimónia decorreu com uma dignidade e elevação adequadas ao momento, para o que contribuiu, naturalmente, a equipa responsável pelo protocolo, renovada na totalidade. Cumpriu, assim, com nota máxima, o seu papel e primeiro desafio.
Para mim, não é de somenos importância realçar os aspectos formais numa ocasião como esta, já que se trata, em grande medida, de uma momento em que o ritual e a etiqueta se sobrepõem aos demais aspectos em presença.
Em mais de uma hora como assistente, não me fico, contudo, pela natureza cerimoniosa do ato, porque aí não se esgota a sua importância, até porque de um convidado não se deve esperar apenas o aplauso, penso eu…
Por isso, sem delonga, realço dois aspectos:
Depois de ter convocado uma conferência de imprensa para exaltar o legado que deixou, o anterior presidente da câmara disse que “sempre assumiu os seus compromissos, por isso não será agora que o vai deixar de fazer”. (vide Incentivo, 2021-10-11).
Embora tenha declarado que irá tomar assento no seu lugar de vereador, a verdade é que faltou à posse. Não ficou bem!
O discurso de posse do presidente da câmara ficou, para mim, muito aquém das expectativas. Foi uma cópia da campanha eleitoral, tirando umas citações poético-literárias.
Passado o tempo em que as regras do “marketing” político são mais apertadas, para atrair votação, era de esperar — melhor dizendo, esperava eu — uma intervenção com outra profundidade, isto é, ancorada no que foi a ideia-chave (não explicada) do programa eleitoral vencedor: uma visão de futuro para o Faial, devidamente planeada.
Ou seja, eu tinha a ilusão de que o presidente da câmara mais desejado pelos faialenses, depois de Renato Leal, fosse capaz de um golpe de asa no momento inaugural do seu mandato.
Em género de parêntesis e a propósito, faço uma comparação entre Carlos Ferreira e Renato Leal: ambos cumpriram o desígnio da mudança, baseados num grau de popularidade assinalável, mas sem correspondência programática.
O presidente da câmara que entrou em funções ontem tem a seu crédito pelo menos quatro anos para confirmar que eu estou enganado.
Parte substancial das propostas para o mandato em curso são da responsabilidade do governo regional. Resta saber se o governo regional as cumprirá e, mais do que isso, se a Câmara Municipal da Horta terá força suficiente para chamar o governo à razão.
Na campanha eleitoral chamei a atenção para o facto de o Faial precisar de um presidente de câmara e não de um delegado do governo, como aconteceu no consulado socialista.
Em tempos, escrevi, citando uma anedota atribuída Bocage, a propósito de um discurso do presidente João Fernando Castro, em que apresentou obras do governo em vez de obras da câmara para justificar a validade do voto nos socialistas, que “o peido que aquela senhora deu, não foi ela, fui eu”.
Escandalizei na altura. Espero não ter que escandalizar de novo. |x|
Semana do Mar cancelada
Os maiores festejos da ilha do Faial, pioneiros das festas de verão dos Açores, não se realizarão no corrente ano, depois de cancelados em 2020 e de também terem sido interrompidos em 1998, ano do terramento de 9 de julho
O presidente do Câmara Municipal da Horta já tinha aberto caminho para o cancelamento da 43.ª Semana do Mar, que se realizaria em 2021. Na última sessão da Assembleia Municipal da Horta, há cerca de um mês, José Leonardo [na fotografia, com direitos reservados] disse que os festejos só teriam lugar se mantivessem o seu tradicional modelo, acrescentando que se assim não fosse poderia haver alguma iniciativa, mas com outro nome.
Hoje veio a confirmação, através de um comunicado do serviço de imprensa do município, informando que foi tomada “a decisão de não promover a realização de 10 dias de festejos, no mar e em terra, associados à Semana do Mar, devido ao risco elevado de transmissão da infeção pela COVID-19”.
A decisão agora anunciada acontece depois de ouvidas as entidades ligadas à organização do evento e após um encontro dos municípios do Triângulo dos Açores, que acordaram o cancelamento dos grandes eventos do verão.
“A indefinição que existe, no momento, no que concerne ao evoluir da pandemia, bem como aos atrasos verificados na implementação do plano de vacinação, que torna a situação pandémica ainda instável para garantir a segurança da realização de um evento com as características da Semana do Mar” são as razões que suportam o cancelamento dos festejos.
O presidente do município reitera que “só tem sentido realizar a Semana do Mar se ela for de facto aquilo que os faialenses e todos os que procuram [o Faial] nesta altura reconhecem como um grande evento náutico, desportivo e cultural, que tem um figurino muito próprio há 45 anos e um estatuto a defender”.
Estas palavras confirmam o que José Leonardo já dera a entender na sessão da assembleia municipal atrás referida e que o deputado municipal da CDU José Decq Mota apoiou, sublinhando ser contra “uma caricatura” da Semana do Mar.
De qualquer maneira o vazio deixado pela Semana do Mar será colmatado uma vez que José Leonardo afirma que “é importante não deixar adormecer a cultura, mesmo em período de pandemia”. Já se está a trabalhar “numa programação cultural, adaptada à realidade pandémica, que preencha o calendário de Verão”, anunciou o autarca.
O presidente do município faialense adiantou, entretanto, que “as verbas previstas no orçamento da câmara municipal para a Semana do Mar serão canalizadas para reforço do Fundo de Dinamização Empresarial, criado no início da pandemia para apoio às empresas; para a o Fundo de Recuperação da Rede Viária Municipal, para permitir reforçar os investimentos em curso na requalificação da rede viária do concelho e para a cultura”. |X|
|| SOUTO GONÇALVES texto
João Bettencourt eleito para dirigir o PS no Faial
Eleições estão em curso na tarde deste sábado, no Faial e em todas as ilhas
À hora da redação desta notícia (16h30) decorrem as eleições da estrutura do Faial do Partido Socialista, durante as quais serão sufragados os nomes dos novos titulares da mesa da comissão e do secretariado, com destaque para o secretário coordenador, que é a figura política mais importante do partido na ilha.
O processo eleitoral termina às 18 horas e insere-se numa jornada idêntica que está a decorrer desde ontem, terminando hoje, em todo o arquipélago.
Sem surpresas, porque só se apresentou a sufrágio um candidato, mas com significado político próprio, João Bettencourt [na fotografia, com direitos reservados] será o novo secretário coordenador do PS no Faial.
O novo líder faz-se acompanhar de 15 nomes para integrar o secretariado (pelos menos é essa a composição do órgão que aparece no portal do PS-Açores). É também eleita hoje a mesa da Comissão de Ilha, em que figuram três titulares.
João Bettencourt faz parte do secretariado cessante coordenado pelo deputado Tiago Branco, subindo agora ao topo da hierarquia. Com ele estiveram, no mandato que termina, Ana Luís, Bruno Leonardo, Catarina Rosa, Fernando Nascimento, Filipe Menezes, Frederico Soares, Gerardo Branco, Hugo Oliveira, Liseta Vargas, Lúcio Rodrigues, Luís Botelho, Sara Vieira, Sherry Martins e Vítor Pimentel. Da equipa fizeram parte, integrando a mesa, João Castro (presidente), José Leonardo e Orlando Rosa.
PARTIDOS REPOSICIONAM-SE
Embora sem data ainda marcada e numa altura em que se fala de alterações na forma como decorrerão (por exemplo, em dois e não apenas num dia), as eleições autárquicas entraram definitivamente na ordem do dia noticioso.
É natural, portanto, que as novidades surjam aqui e acolá. Poderão não ser, para já, bombásticas, mas no “puzzle” político começam a formar-se cenários e até a identificar-se figuras.
O PCP-Faial foi o primeiro a arrumar a casa. Paula Decq Mota ficou a liderar a comissão de ilha e, apesar da hecatombe nas eleições regionais, à melhor maneira comunista, ergueu o punho direito e recolocou o seu partido na linha partida. Já deu duas entrevistas: à rádio Azores Higth e ao Tribuna das Ilhas.
Hoje, curiosamente um sábado, dia tradicional para a limpeza doméstica, o PS também está a sacudir o pó, a abrir as janelas para arejar e ficará pronto para iniciar a corrida.
Dentro de três semanas (9 de abril) o PSD vai a eleições internas.
Do CDS (faz coligação com o PSD outra vez?) e do BE não saíram notícias, por enquanto, nem do PAN, mas espera-se, olhando para o passado recente, que marquem presença nas autárquicas, mesmo que não refresquem as respetivas direções políticas locais.
Em relação ao Chega e à IL tudo são perguntas e nada é resposta: ninguém sabe como se movimentam, ou não, no Faial, presentemente.
JOÃO BETTENCOURT COM VIDA FACILITADA
Hoje é o dia do PS. Sobre os outros partidos se falará, em pormenor, depois.
João Bettencourt é eleito sem oposição, seguindo a tradição ao nível local, de candidaturas únicas, pois o aparecimento de concorrentes é mais difícil do que meter uma lança em África.
Por que é que o deputado Tiago Branco não se recandidatou? Porque, diz o analista, tem os dias contados (salvo seja) no que toca a futuro político imediato. Só a idade é que lhe poderá valer, com tempo… O jovem deputado, juntamente com Ana Luís, representam a face derrotada do PS no Faial.
Aliás, no interior do PS existe um sentimento de rejeição em relação a Ana Luís, que perdeu a auréola alcançada quando começou a voar alto. Só não foi para a prateleira por causa do seu amigo Vasco Cordeiro, que não quis saber da máxima “amigos amigos, política à parte”.
Posta a questão da substituição do secretário coordenador, quem é que haveria de avançar?
José Leonardo, não. Não precisa. No estado atual do Partido Socialista o recordista no PS (para a câmara da Horta obteve 4.207, em 2013, mais do que “a fábrica de produção de votos” que foi Renato Leal) tem os militantes a seus pés. Será recandidato à câmara num processo de escolha perfeitamente tranquilo.
Quem é que haveria de ser, então? Luís Botelho ou Lúcio Rodrigues?
O braço avançado do presidente do PS no Faial criou anticorpos com a vacina do poder e, como gato escaldado de água fria tem medo, as bases, ou seja, dois ou três que dizem refletir o sentimento da militância, barraram-lhe o caminho.
Explicando: depois de Carlos César ter imposto o nome de João Castro como candidato à Assembleia de República, passando por cima da estrutura do Faial, alguns dos que costumavam engolir sapos maiores do que um boi começaram a dar sinais de indigestão. Adicionando a isto os ouvidos de mercador que Vasco Cordeiro fez a algumas manifestações de insatisfação sobre a ação do governo em relação ao Faial, a facção não centralista do PS-Faial — leia-se, não apoiante incondicional do líder regional — começou a roer a corda.
Conclusão: Lúcio Rodrigues fica com o Clube Naval para se entreter uns tempos.
O vice-presidente da câmara é, entretanto, o personagem mais enigmático deste conto.
Afirma, sem rebuço, que não quer ser presidente do município e deve ser verdade, pois se o pretendesse teria que começar a posisionar-se de modo a controlar o aparelho. A razão deste desinteresse terá o seguinte fundamento: o Leonardo vai à frente prometendo resolver tudo e ele segue atrás tentando corresponder aos pedidos, mas como não consegue satisfazer toda a gente cai-lhe o odioso em cima.
Luís Botelho, atualmente, é o socialista faialense com mais estofo político (talvez habilidade seria a palavra adequada), mas chega a perder a face quando a tampa lhe salta. O presidente de câmara ideal do PS seria um “Leotelho” ou um “Botelhardo”.
A explicação que se requer é sobre qual a razão por que aquele que iniciou a sua ascensão política ainda fora dela (como escuteiro em Castelo Branco, depois presidente da junta) hoje parece correr numa pista à parte?
João Carlos Correia Lemos Bettencourt, ex-delegado das “Obras Públicas”, ex-deputado regional, ex-diretor regional do Turismo e do Ambiente, líder do grupo do PS na Assembleia Municipal da Horta, aparece, então, à boca de cena, por uma razão simples: é um político genuíno, moderado, histórico no partido, desprendido de ambições pessoais, capaz de desempenhar o cargo sem agenda paralela. E tem a tarefa imediata que lhe cai nas mãos — pôr de pé as candidaturas autárquicas —muito facilitada: o prestígio de José Leonardo é meio caminho andado para arranjar gente disponível para entrar nas listas. Conclusão: vai prestar um serviço ao partido sem ter que se aborrecer muito. Por isso aceitou! |X|
|| SOUTO GONÇALVES texto