Treino no princípio da época: nem todos os jogadores conseguem deslocar-se para participarem nos encontros fora da ilha fotografia: direitos reservados
O Fayal Sport deslocou-se hoje a São Miguel para disputar com o GD São Roque uma partida da 9.ª jornada do Campeonato de Futebol dos Açores (CFA), que acaba de ser retomado, após interrupção por causa da pandemia.
O jogo terminou logo a seguir ao intervalo, na sequência de uma lesão do veterano capitão do Fayal Sport Marco Anselmo, que já se encontrava “tocado” após um lance na 1.ª parte.
A equipa visitante viu-se reduzida a seis elementos, o que levou o árbitro a dar por concluída a partida visto que o regulamento o impõe, sendo atribuída a vitória ao outro contendor.
A turma faialense apresentou-se antes do apito inicial somente com sete jogadores por dificuldade de deslocação para o exterior da ilha de uma boa parte do plantel, inclusivamente do treinador Horácio Goulart.
Perante um dos mais fortes conjuntos do CFA, que lidera a prova à condição (com mais um jogo do que os 2.º e 3.º classificados, Lusitânia e Angrense, que amanhã jogam entre si e têm, respetivamente, menos 1 e 2 pontos do que o 1.º classificado após o embate deste com os “verdes da Alagoa”), a turma de Horácio Goulart bateu-se com denodo, em face da enorme desvantagem numérica no que toca aos atletas que se encontravam dentro do retângulo, só sofrendo o primeiro golo aos 36 minutos.
A partida foi para o intervalo com o GD São Roque em vantagem (2-0), ampliada para 3-0 como “castigo” pela insuficiência de jogadores para terminar a disputa, após a já referida lesão do capitão verde.
A rádio Azores High, do Faial, transmitiu no Facebook, em vídeo e em direto, o encontro, tendo-se observado uma atuação da equipa do Faial muito digna, com o guardião Luís Freitas num plano de destaque, conforme referiu o narrador Roberto Serpa.
FAYAL SPORT EVITA FALTA DE COMPARÊNCIA
O presidente do Fayal Sport explicou a ESCREVI.BLOG que a indisponibilidade dos jogadores para a deslocação se relaciona com as exigências de testagem à COVID-19 e à quarentena a que se sujeita quem provém de São Miguel.
Uma vez que a equipa verde não se baseia em elementos que façam do futebol a sua profissão, torna-se difícil obter das respetivas entidades patronais a dispensa para cumprimento das restrições derivadas da pandemia, explicou Luís Carlos Rosa.
A falta de comparência ao jogo levaria o Fayal Sport a sofrer um “rombo” financeiro da ordem dos seis aos 10 mil euros, entre multas e incumprimento de contratos-programa com o governo.
Luís Carlos Rosa, que já foi jogador e treinador dos “verdes da Alagoa”, lembrou que defendeu o adiamento da prova, que na jornada de hoje e amanhã completa metade da fase única, mas os seus intentos não lograram junto da maioria dos clubes que tomam parte no CFA, nem das associações de futebol do arquipélago, nomeadamente a da Horta, que organiza a competição na presente temporada.
Com a eliminação da obrigatoriedade, a partir de terça-feira próxima, da realização de testes por quem viaja de avião de São Miguel, o presidente do Fayal Sport diz não saber, ainda, se o teste ao 6.º dia dos seus jogadores que viajem amanhã de São Miguel terá que ser efetuado. Se assim for, alerta, a testagem coincidirá com o próximo sábado, dia em que está programada uma nova deslocação da equipa faialense, desta feita para enfrentar o Lusitânia, na ilha Terceira. Os testes — interroga-se Luís Carlos Rosa — serão feitos na Horta ou em Angra do Heroísmo?
O Fayal Sport ocupa a última posição da tabela classificativa, com apenas dois empates e a dois pontos do penúltimo, o Santiago FC da ilha de São Miguel. |X|
SOUTO GONÇALVES TEXTO