Etiqueta: Câmara Municipal Horta

NOVA ADMINISTRAÇÃO DA URBHORTA

Carlos Morais, Rui Martins e Sílvia Avelar são os novos membros do Conselho de Administração da empresa municipal Urbhorta

O Teatro Faialense é gerido pela Urbhorta | fotografia: Urbhorta

A Câmara Municipal da Horta já tinha divulgado que o vice-presidente do município, Carlos Morais, ocuparia o lugar de presidente do Conselho de Administração (CA) da Urbhorta – Construção, Gestão e Exploração de Projetos de Desenvolvimento Empresarial, E.E.M. Agora, através de uma nota informativa, ficou a saber-se que o CA é composto, para além do presidente, pelos vogais Rui Martins e Sílvia Avelar.

A nomeação do CA da Urbhorta é da responsabilidade da respetiva assembleia geral, à qual preside o presidente da câmara municipal, Carlos Ferreira, integrando, ainda, os vogais Maria Miguel Pavão Marques e Dário Silveira.

Os novos rostos da empresa municipal que, na administração, sucedem a José Freitas, Filipe Menezes e Diva Silva, surgem na sequência das eleições autárquicas.

Carlos Morais, cuja dedicação a tempo inteiro ao município foi questionada durante a campanha eleitoral, acaba por assumir um papel de relevo na gestão do município, acumulando a vice-presidência da câmara com a presidência da Urbhorta, cuja atividade abrange “equipamentos coletivos, do património edificado e a prestação de serviços nas áreas da educação, ensino, cultura e desporto”, segundo a referida nota informativa. “Atualmente – acrescenta o texto – gere o Parque Empresarial e Tecnológico da ilha do Faial, o Banco de Artistas, o Teatro Faialense, o Centro Hípico, a Piscina Municipal e os Parques de Campismo do Capelo e da Praia do Almoxarife”.

O vogal Rui Martins, homem forte do CDS no Faial, cuja preponderância cresceu no xadrez político local em resultado da coligação que suporta o governo regional, acrescenta as novas funções às de líder dos centristas nesta ilha; de deputado regional por via do círculo de compensação e de deputado municipal na Assembleia Municipal da Horta.

Sobre a acumulação dos cargos de deputado municipal e membro do CA da Urbhorta não se fizeram esperar reações no Facebook apontando o facto de Rui Martins se fiscalizar a si próprio visto que a empresa municipal é escrutinada pela assembleia municipal.

Sobre a vogal Sílvia Avelar nada se pode dizer, para já, pois não tem percurso em funções públicas. |X|

ESCÂNDALO

Já ontem, através do Facebook, no decorrer da sessão de instalação da Assembleia Municipal da Horta (AMH) e tomada de posse da Câmara Municipal da Horta (CMH), em que participei, representando o Grupo de Cidadãos Eleitores SOMOS FAIAL, a convite da senhora presidente da AMH, tive oportunidade de desejar a todos os cidadãos eleitos um mandato profícuo a favor do Faial e dos seus habitantes, o que, agora, reitero.

A cerimónia decorreu com uma dignidade e elevação adequadas ao momento, para o que contribuiu, naturalmente, a equipa responsável pelo protocolo, renovada na totalidade. Cumpriu, assim, com nota máxima, o seu papel e primeiro desafio.

Para mim, não é de somenos importância realçar os aspectos formais numa ocasião como esta, já que se trata, em grande medida, de uma momento em que o ritual e a etiqueta se sobrepõem aos demais aspectos em presença.

Em mais de uma hora como assistente, não me fico, contudo, pela natureza cerimoniosa do ato, porque aí não se esgota a sua importância, até porque de um convidado não se deve esperar apenas o aplauso, penso eu…

Por isso, sem delonga, realço dois aspectos:

Depois de ter convocado uma conferência de imprensa para exaltar o legado que deixou, o anterior presidente da câmara disse que “sempre assumiu os seus compromissos, por isso não será agora que o vai deixar de fazer”. (vide Incentivo, 2021-10-11).

Embora tenha declarado que irá tomar assento no seu lugar de vereador, a verdade é que faltou à posse. Não ficou bem!

O discurso de posse do presidente da câmara ficou, para mim, muito aquém das expectativas. Foi uma cópia da campanha eleitoral, tirando umas citações poético-literárias.

Passado o tempo em que as regras do “marketing” político são mais apertadas, para atrair votação, era de esperar — melhor dizendo, esperava eu — uma intervenção com outra profundidade, isto é, ancorada no que foi a ideia-chave (não explicada) do programa eleitoral vencedor: uma visão de futuro para o Faial, devidamente planeada.

Ou seja, eu tinha a ilusão de que o presidente da câmara mais desejado pelos faialenses, depois de Renato Leal, fosse capaz de um golpe de asa no momento inaugural do seu mandato.

Em género de parêntesis e a propósito, faço uma comparação entre Carlos Ferreira e Renato Leal: ambos cumpriram o desígnio da mudança, baseados num grau de popularidade assinalável, mas sem correspondência programática.

O presidente da câmara que entrou em funções ontem tem a seu crédito pelo menos quatro anos para confirmar que eu estou enganado.

Parte substancial das propostas para o mandato em curso são da responsabilidade do governo regional. Resta saber se o governo regional as cumprirá e, mais do que isso, se a Câmara Municipal da Horta terá força suficiente para chamar o governo à razão.

Na campanha eleitoral chamei a atenção para o facto de o Faial precisar de um presidente de câmara e não de um delegado do governo, como aconteceu no consulado socialista.

Em tempos, escrevi, citando uma anedota atribuída Bocage, a propósito de um discurso do presidente João Fernando Castro, em que apresentou obras do governo em vez de obras da câmara para justificar a validade do voto nos socialistas, que “o peido que aquela senhora deu, não foi ela, fui eu”.

Escandalizei na altura. Espero não ter que escandalizar de novo. |x|

AUTÁRQUICAS. Ricardo Soares na calha para a câmara da Horta pelo PSD

AUTÁRQUICAS. Ricardo Soares na calha para a câmara da Horta pelo PSD

Jornal Incentivo avança, em primeira mão, com o nome escolhido para liderar a candidatura social-democrata nas próximas eleições autárquicas no município faialense

Embora o PSD do Faial se encontre em pleno processo eleitoral para a eleição dos próximos titulares dos órgãos de ilha do partido, marcada para 9 de abril e a quem caberá as definições sobre as autárquicas de 2021, o jornal Incentivo garante, na sua edição da manhã de hoje, que o presidente da comissão política já escolheu o cabeça-de-lista à câmara da Horta.

Trata-se, segundo o matutino, de Ricardo Soares, uma personalidade ligada à banca, atualmente quadro do Santander. O periódico assinala que Soares “não tem qualquer trabalho político conhecido, embora sejam conhecidas as suas simpatias pelo Partido Social Democrata” e sublinha, duas vezes, que não é natural do Faial, adiantando, embora, que vive nesta ilha, onde desenvolve projetos empresariais.

O Incentivo, que não cita explicitamente nenhuma fonte do partido, considera o envolvimento de Ricardo Soares nas autárquicas uma “surpresa”, “uma vez que era esperada a candidatura [à câmara] de Carlos Ferreira, dentro e fora” do PSD, explicando que este deputado eleito pelo Faial venceu os dois últimos atos eleitorais para o parlamento.

A revelação do nome de Ricardo Soares é, ainda, mais surpreendente porque, conforme referido no início deste texto, o PSD-Faial encontra-se em processo eleitoral interno, o que pode conduzir à renovação da atual direção, que, assim, vai herdar a decisão mais importante do processo autárquico que é a escolha do cabeça-de-lista à Câmara Municipal da Horta. |X|

|| SOUTO GONÇALVES texto | Fotografia: Fac-símile da 1.ª página do jornal Incentivo

ÁGUA. Câmara Municipal da Horta moderniza leituras e reduz perdas

ÁGUA. Câmara Municipal da Horta moderniza leituras e reduz perdas

Acabar com a cobrança da água por estimativa é um dos objetivos do investimento superior a 30 mil euros em 199 equipamentos de telemetria no Faial

O sistema de telemetria permite efetuar leituras automáticas, deixando de ser necessário recolhê-las ou fornecê-las, uma vez que são transmitidas, automaticamente, pelo próprio contador, explica uma nota informativa do serviço de imprensa do município da Horta sobre a instalação de equipamentos que agilizam o serviço de abastecimento de água na ilha do Faial.

Este avanço tecnológico permite faturar sem estimativas, o que significa que os consumidores passarão a pagar apenas o que gastarem, não havendo lugar a acertos, adianta a mesma nota.

Para além do mencionado, haverá uma redução de perdas do precioso líquido uma vez que “a telemetria permite uma melhoria da fiabilidade do balanço hídrico”, acrescenta o referido texto, visto que os contadores “inteligentes” favorecem uma “intervenção mais rápida, bem como o acompanhamento da eficácia das soluções adotadas”.

Também será possível, através destes contadores “inteligentes”, “traçar um perfil” do respetivo horário, cuja informação dará lugar à melhoria do “planeamento dos ciclos de produção, armazenamento e transporte de água”, sublinha o comunicado emitido pelo município.

Sobre esta medida o presidente da câmara municipal disse que é “uma inovação significativa” [na fotografia, da Câmara Municipal da Horta, José Leonardo observa equipamentos já instalados].

Até agora foram colocados 19 contadores “inteligentes” no bloco de apartamentos da Rua Monsenhor José de Freitas Fortuna, 36 no Bairro Capitão Moreira de Carvalho e 18 em moradias particulares cujos contadores são de difícil acesso. Seguem-se outras monstagens por todo o concelho. Este investimento ascende a 30.729 euros e resultou de uma candidatura a apoios da ERSARA (Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos dos Açores), que atingiram 80% do total que foi aplicado. |X|

|| SOUTO GONÇALVES texto

Variante muda de traçado

Variante muda de traçado

Primeiro encontro oficial entre o presidente da câmara da Horta e o presidente do governo, no Faial fotografia direitos reservados

Os presidentes do Governo Regional dos Açores e da Câmara Municipal da Horta encontraram-se para abordar várias questões relacionadas com o desenvolvimento do Faial.

Para a audiência de José Bolieiro a José Leonardo, na Casa do Relógio, Colónia Alemã, na tarde de terça-feira, o autarca faialense levou a lista de assuntos previsíveis no momento atual: frente-mar, porto, aeroporto e variante.

Sobre a 2.ª fase, a construir, da via de circulação denominada variante à cidade da Horta, ESCREVI.BLOG, confrontado com a habitual disputa sobre a paternidade das iniciativas políticas, procurou perceber as circunstâncias que envolvem, presentemente, o projeto.

Após a audiência, o gabinete de comunicação da câmara municipal emitiu uma nota informativa onde é referida a “colocação da construção da variante no leque de investimentos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) do Governo da República”, razão pela qual, afirmou José Leonardo, se justifica avançar para a 2.ª fase da obra, tendo em conta também que o quartel dos bombeiros está em construção e a frente-mar continuará a avançar.

Apresentada desta maneira a questão da variante e sem que o presidente do governo tivesse feito alusão concreta ao assunto, tudo indicava que o presidente do município faialense obtivera, logo na primeira reunião com o chefe do executivo açoriano, uma importante conquista para o Faial.

Solicitado a clarificar as palavras de José Leonardo, o gabinete de comunicação da câmara precisou que o projeto da variante foi inscrito no PRR pelo governo regional anterior, satisfazendo a reivindicação do edil da Horta, que, por sua vez, no encontro de terça-feira com presidente do governo, reforçou a sua pretensão.

ESCREVI.BLOG, entretanto, procurou saber o ponto da situação das “démarches” para a construção da variante, confrontando a secretária regional das Obras Públicas e Comunicações com a sua inclusão no PRR.

Ana Carvalho contou a ESCREVI.BLOG que o PRR que recebeu do governo anterior referia, no que toca à rede viária regional, uma verba de 60 milhões de euros (ME) para executar 200 quilómetros de estrada.

Interrogada diretamente sobre a quem pertence a iniciativa de introdução da variante à cidade da Horta no PRR, Ana Carvalho respondeu que foi uma decisão do executivo de José Manuel Bolieiro.

Instada a divulgar o custo da obra, a secretária regional informou que o projeto está a ser reformulado e que, por isso, ainda não é quantificável, mas o investimento será suportado pela União Europeia, cabendo à região apenas o pagamento do IVA.

Sobre as alterações em curso explicou que o objetivo é modificar o traçado, para que seja “uma verdadeira variante e não uma rua de uma zona residencial”.

FAIALENSES PRESOS NA ESPERANÇA

A cimeira Bolieiro — Leonardo, embora tenha um significado político importante, acabou por não se traduzir em nada, ou quase nada, de concreto.

Ficaram, no entanto, expressas as melhores intenções de parte a parte, com o presidente do governo a falar da continuidade de compromissos anteriormente assumidos, enquanto o presidente da câmata sinalizou a sua atitude “leal e construtiva”, não esquecendo “o princípio da defesa do Faial e dos faialenses.”

Sem nunca abrir o jogo, pelo menos diante dos microfones, José Manuel Bolieiro deixa os faialenses presos na esperança de boas decisões e melhores execuções.

O executivo ainda não tem os seus instrumentos básicos de governação — plano de médio prazo, para a legislatura (4 anos) e plano e orçamento anuais —, por isso só a fé é que pode salvar, por enquanto, a ilha do Faial, uma das mais contestatárias dos últimos anos.

Talvez porque ainda não está na hora de “mostrar os dentes”, as forças vivas locais optaram por uma atitude tolerante apesar das mãos vazias com que algumas figuras locais saírem dos “briefings” com Bolieiro, que costuma ser colocado no primeiro lugar do pódio dos negociadores.

Por exemplo, Davide Marcos, presidente da Câmara do Comércio e Indústria da Horta, aceitou de bom grado, conforme se percebeu das suas declarações à imprensa, a manutenção das “gateways” do Faial e Pico, sem questionar, pelo menos publicamente, as condições em que a operação da SATA passará a fazer-se. Recorde-se, no entanto, que até há bem pouco tempo, o número de ligações semanais entre Lisboa e a Horta era um cavalo de batalha bem montado. Admite-se, como atrás referido, que o momento não seja o indicado para pôr o assunto em cima da mesa. Poderá, no entanto, haver quem pense que a hora certa é esta.

O mesmo se pode dizer do omnipresente em matéria de aviação, viagens aéreas, SATA, TAP e líder do grupo do Facebook Aeroporto da Horta, Dejalme Vargas, manifestamente crente, como se lhe ouviu na Antena 1 Açores, na boa intenção de a região passar a fazer parte da solução dos problemas que têm afetado o Faial neste sector. Quanto a prazos e outras exigências, “cala-te boca”, dir-se-ia em linguagem popular.

Igualmente liso no trato, José Leonardo sempre lembrou a José Bolieiro que o Faial vai ter mais dois hotéis (no Carmo e no Largo do Bispo) e que, por isso, é preciso “mais turismo e mais gente para o Faial”. Também recordou ao seu antigo homólogo da câmara de Ponta Delgada que o governo de Vasco Cordeiro prometeu contribuir para a frente-mar da Horta e sobre o porto disse não querer que a obra “fique parada e perdida no tempo”.

Tudo isto num clima de cordialidade que se saúda, mas que contrasta com algum destemperamento quando os interesses político-pessoais, ou a pressão da opinião pública, fazem soar os alarmes. Então, é assistir a comunicados e conferências de imprensa à fartazana! Ou manifestações. |X|

SOUTO GONÇALVES TEXTO