Movimento na vertente oeste da montanha do Pico
Dino Sousa descobriu uma derrocada na encosta da ilha do Pico voltada ao Faial. E fotografou

DEPOIS DA PERSISTENTE bruma dos últimos dias, o anticiclone dos Açores achou que era de mais, ainda por cima com festas programadas para o fim de semana, e tratou de varrer o nevoeiro. Resta saber se foi para debaixo do tapete, ou para longe, embora a primeira hipótese seja mais provável, pois todos sabemos que maio e junho são os meses das neblinas. Nisto, a montanha mais alta de Portugal mostrou-se com todo o seu esplendor, durante esta quinta-feira, 11 de maio, dia raro, pois o céu, pelo menos na parte mais ocidental do Grupo Central dos Açores, esteve totalmente descoberto.
Nestas circunstâncias, o Pico é sempre desafiador, nomeadamente aos olhos dos faialenses, nos tempos de hoje munidos de telemóveis potentes, que captam imagens únicas desde a alvorada ao pôr do sol.
Dino Sousa, vigilante numa empresa de segurança privada a trabalhar no Faial, puxou do seu telemóvel e, a tarde já ia longa, “apanhou” o Pico em banhos de sol. Como o equipamento em causa tem um poder de aproximação de fazer inveja a qualquer um, Dino entreteve-se a contemplar as imagens recolhidas e descobriu, ao que tudo indica, uma derrocada na encosta.
Resta saber se o fenómeno é recente. Uma coisa é certa: tendo em conta a distância da observação, concluiu-se que foi um movimento de vertente com uma dimensão considerável.
Recorde-se que, no último sábado, 6 de maio, também ocorreu uma derrocada na Espalamaca, na Horta, mas com muito menor significado, do ponto de vista do volume dos materiais deslocados. | x

Fotografias de dino Sousa