ÁGUAS MIL!
É verdade que, quando não existiam redes sociais, muita coisa acontecia à nossa volta e ninguém dava por isso. Se se falasse no assunto ou se algum mexeriqueiro se pusesse em campo é que, pela vizinhança, se tomava conhecimento do sucedido, ou, então, se o jornal, a rádio ou a televisão apresentassem a notícia é que ela corria veloz. Nada comparado, no entanto, com a rapidez e, por vezes, o detalhe com que o Facebook consegue tudo isso hoje. E não é só a rapidez, é também, como disse, o conteúdo pormenorizado do que é transmitido pelo computador ou pelo “smartphone” através da Internet, pois, agora, até a vida particular de muita gente também “virou” (como dizem os brasileiros) tema. Estou a dar esta volta toda para concluir que, muitas coisas a que hoje assistimos, talvez já existissem anteriormente, só que não eram divulgadas. Mesmo assim, penso que a quantidade de ocorrências resultantes da queda de chuva é, presentemente, em número muito maior do que há alguns anos. Basta cair uma pancada de água e o Facebook é inundado por fotografias e vídeos de inundações, enxurradas, etc. Para mim, há duas ou três razões para tal acontecer: as transformações que se têm operado no emparcelamento de terrenos, eliminando linhas de água e o aumento de superfícies impermeabilizadas (cimentadas) à volta das casas de construção mais recente. Ainda há pouco tempo, aquando das inundações em Lisboa, apareceram publicações a lembrar o arquiteto Gonçalo Ribeiro Teles chamando a atenção para as consequências nefastas de construir sem cuidar do escoamento das águas pluviais. Isto significa que, se não forem tomadas medidas preventivas, tudo isto irá de mal a pior! x
Soutoemlinha 