Presidentes juntam-se por uma nova sede
Um terço dos 30 presidentes do Clube Naval da Horta (CNH) lançaram um SOS chamando a atenção para a degradação do edifício e temendo pela segurança das instalações
TENDO COMO PRIMEIRO subscritor o presidente da Assembleia Geral do CNH, uma dezena de sócios da instituição que já desempenhou o cargo de presidente da Direção, incluindo o atual, lançou hoje uma petição ao presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores reclamando obras na sede.
João Garcia, um dos ex-presidentes subscritores, apela, no Facebook, «à população do Faial, aos sócios, simpatizantes e a todos os que, espalhados pelo mundo, se identificam» com o CNH que subscrevam o documento «como forma de apoiar um dos maiores clubes desportivos dos Açores e que em muito prestigia todos os Faialenses».
A dezena de presidentes que assina a petição é, nem mais, nem menos, o número dos que estão vivos, o que mostra uma significativa unanimidade em torno da iniciativa. Na fotografia (com direitos reservados) estão (da esquerda para a direita), João Garcia, Fernando Menezes, Renato Azevedo, Eugénio Leal (presidente da Assembleia Geral), Manuel Fernando Vargas, Lúcio Rodrigues (presidente da Direção em funções), José Decq Mota, João Corvelo e Hugo Pacheco. Aurélio Melo e Genuíno Madruga, ausentes, também assinaram.
A reivindicação do CNH por obras e requalificação da sua sede é muito antiga e, em face da importância local e projeção fora de portas que esta agremiação adquiriu nos 75 anos da sua existência, comemorados no ano em curso, não deixa de ser inexplicável que o Governo Regional dos Açores, proprietário do edifício, faça, reiteradamente, ouvidos de mercador sobre o assunto.
As sucessivas direções têm colocado nos seus programas a recuperação da sede como prioridade e, quer os respetivos presidentes se identifiquem politicamente com o Governo, quer não, nenhum ainda foi capaz de desatar o nó.
O CNH tem uma impressionante e eclética atividade desportiva e social, com departamentos que trabalham com carácter profissional, movimentando um numeroso conjunto de atletas, alguns dos quais já atingiram nomeada internacional.
A notoriedade da cidade da Horta e da ilha do Faial no meio náutico – e não só – a nível mundial deve muito ao CNH, designadamente devido à organização e participação em regatas de prestígio.
A Semana do Mar, maior acontecimento desportivo, cultural e social do Faial e um dos mais importantes dos Açores teve a paternidade do CNH, que continua a ser uma das traves mestras da sua organização.
«As instalações disponíveis para o desenvolvimento desta intensa atividade, designadamente a sede do Clube Naval da Horta, esgotaram há muito a sua capacidade de resposta, sendo os espaços existentes evidentemente diminutos para o armazenamento do material náutico, trabalho de manutenção e para a salvaguarda do investimento realizado na reparação do património baleeiro, assim como para a realização das tão necessárias restantes atividades de apoio à náutica», lê-se no texto da petição já referida. «Acresce a este facto, o estado de significativa degradação do edifício em causa, que fruto da ausência de manutenção por parte do seu proprietário, o Governo Regional dos Açores, apresenta um crescente rol de problemas estruturais, colocando mesmo em causa a segurança dos atletas, treinadores, funcionários e sócios do Clube Naval da Horta», sublinha o mesmo texto.
Os subscritores dizem que «o estado de degradação e exiguidade da atual Sede do Clube Naval da Horta não deverá perpetuar-se, sendo urgente a sua resolução». Por isso, terminam solicitando «a intervenção urgente do Governo Regional dos Açores, na qualidade de proprietário da sede do Clube Naval da Horta, nomeadamente através da realização da empreitada de reabilitação e ampliação do atual edifício, conforme projeto já elaborado para o efeito e que possa ultrapassar os constrangimentos que têm vindo a condicionar a atividade de tão importante instituição dos Açores». |x