JUSTIÇA. DENÚNCIA LEVA POLÍCIA JUDICIÁRIA À CÂMARA DA HORTA

JUSTIÇA. DENÚNCIA LEVA POLÍCIA JUDICIÁRIA À CÂMARA DA HORTA

Máquinas da autarquia terão feito trabalhos particulares

José Leonardo lamenta anonimato do ou dos denunciantes, mas quer o assunto esclarecido

COM A POLÍCIA JUDICIÁRIA (PJ) fechada em copas pouco se sabe sobre a razão que levou os agentes da autoridade a pedirem à Câmara Municipal da Horta que lhes fosse aberta a porta, no passado mês de outubro, para uma investigação. O “furo” jornalístico é da autoria do repórter da Antena 1 Açores a trabalhar no Faial, Ricardo Freitas, que na sexta-feira passada lançou a notícia.

Na verdade, à boca pequena, já se fala, há bastante tempo, em irregularidades na gestão do Município faialense conduzida por José Leonardo [na fotografia, com direitos reservados], que terminou com as eleições autárquicas de 2021. Ninguém, no entanto, se atreveu a fazer uma acusação pública, preferindo que as especulações circulem livremente.

A Antena 1 Açores confirmou, entretanto, que alguém tomou a iniciativa de denunciar, mas a coberto do anonimato, o que desencadeou a investigação presentemente em curso.

Já se percebeu que há quem começou a esfregar as mãos, enquanto outros mostram apreensão. Tudo isto, sempre, no âmbito de pequenos grupos, sem que ninguém dê a cara sobre os mais diversos comentários que se vão fazendo.

O ex-presidente da Câmara, visado no processo por causa do seu último mandato, sobre o qual incide a denúncia sem nome, em declarações à Antena 1 Açores lamentou, precisamente, o facto de as acusações não terem rosto, estranhando que aconteçam quando está empenhado na defesa do Faial, embora em funções diferentes das que tinha anteriormente.

O autarca, vereador da Câmara Municipal da Horta, cargo que assumiu após não conseguir ser reeleito presidente do Município, invocou perante o jornalista Ricardo Freitas a sua condição de «autarca responsável» durante 24 anos, aludindo, assim, ao tempo em que exerceu os mandatos de presidente da Junta de Freguesia dos Flamengos e, posteriormente, vice-presidente da Câmara. «Estou sempre disponível para em qualquer situação ou em qualquer instância esclarecer aquilo que for necessário».

A PJ deslocou-se aos Paços do Município onde, segundo a reportagem da rádio pública, interrogou membros do executivo camarário e funcionários da secção de licenciamento de obras. Segundo a Antena 1 Açores estão em causa alegadas ligações entre a autarquia e particulares, designadamente o favorecimento de um responsável por uma empresa de construção civil com relações contratuais com o Município. O denunciante (ou denunciantes) alude a máquinas e pessoal que terão sido vistos a intervir numa casa particular, cujo proprietário pertence à referida empresa, a qual, para além de trabalhos para a Câmara Municipal, também realizou obras na residência de José Leonardo.

Durante a investigação já foi ouvido o presidente da Câmara Municipal da Horta, Carlos Ferreira e vizinhos da casa em que equipamentos da autarquia terão estado implicados em obras.

À data da reportagem da Antena 1 Açores José Leonardo não tinha sido ouvido pelas autoridades judiciais.

Para além do foro legal, este assunto tem implicações políticas diretas uma vez que o autarca está em exercício de funções. Indiretamente José Leonardo fica sujeito a uma situação que pode comprometer as suas ambições. Num momento em que o Partido Socialista não dispõe de nenhuma figura mobilizadora em termos eleitorais, a oportunidade acalentada pelo ex-presidente da Câmara de ser deputado, prosseguindo uma carreira política que nunca deixou de dar a entender que é um dos seus projetos de vida, parece escorregar-lhe das mãos. |x

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