Gaston pelo meio do Faial e das Flores

Muita chuva e muito vento na passagem da sexta-feira para o sábado

NÃO SERIA A PRIMEIRA VEZ que estivéssemos preparados para enfrentar uma noite tempestuosa, ciclónica mesmo e passássemos de um dia para o outro com a maior das tranquilidades. Isso aconteceu há 10 anos, quando se trancaram bem as janelas e as portas e se esperou com o credo na boca! A madrugada foi avançando e os que passaram horas em claro, embora satisfeitos por nada ter acontecido, deram por mal empregue o tempo em que poderiam ter tirado uma boa soneca.

Os serviços meteorológicos alertaram para as consequências do furioso furacão Gordon, que atravessava o Atlântico Norte em agosto e se preparava para levar unha e cabelo, precisamente, no Faial e no Pico. O autor destas linhas lembra-se de não ter pregado olho, mas também de não ter escutado o mais pequeno sinal de uma brisa que porventura tenha soprado sobre esta ilha. Foram outras zonas do arquipélago a sofrer as consequências da inclemente tempestade.

Há pouco tempo o ciclone Danielle também vinha em direção aos Açores, mas acabou por se afastar e não deixou rasto. No entanto, o nosso arquipélago, por esta altura, está sujeito a ser um dos alvos das tempestades tropicais que frequentam o Oceano Atlântico. Não é preciso recuar mais do que três anos para a nossa memória nos fazer reviver as aflições que o Lorenzo provocou.

Agora, o Gaston, depois de ter dado sinais de se afastar, delineou uma trajetória, no mínimo, curiosa (pelo menos para quem é leigo neste assunto): vem do oeste, como é habitual, passa acima do Corvo e depois, numa manobra apertada, enfia-se, virando para trás, entre as ilhas do Faial e das Flores. Isto tomando como certa a previsão do “site” Windguru. Pelas 6 horas de sábado o Gaston estará entre estas duas ilhas [na fotografia], depois de os seus ventos mais fortes terem atingido o Faial pouco depois da meia-noite.

Veremos o que irá acontecer, mas de sexta-feira para sábado há que contar, do ponto de vista da prevenção, com muita chuva, talvez trovoada e vento bem forte de sudoeste e sul, a soprar com rajadas à volta de 100 km/h. Diz a experiência que tudo poderá mudar, para melhor, ou não. |X|

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