O cientista Mário Rui Pinho, da Universidade dos Açores, sugeriu hoje, numa publicação no Facebook, que a “dinâmica sedimentar da Praia de Almoxarife”, que “é extraordinária”, merece “ser estudada”.
A imagem, da autoria do referido universitário, há muito ligado ao Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores, trabalhando na Horta, mostra o areal da Praia do Almoxarife a cobrir parte da escaleira do pequeno porto ali existente, contrastando com o que é habitual presenciar-se, ou seja, uma zona com alguma profundidade onde os banhistas costumam mergulhar. |X|
Já ontem, através do Facebook, no decorrer da sessão de instalação da Assembleia Municipal da Horta (AMH) e tomada de posse da Câmara Municipal da Horta (CMH), em que participei, representando o Grupo de Cidadãos Eleitores SOMOS FAIAL, a convite da senhora presidente da AMH, tive oportunidade de desejar a todos os cidadãos eleitos um mandato profícuo a favor do Faial e dos seus habitantes, o que, agora, reitero.
A cerimónia decorreu com uma dignidade e elevação adequadas ao momento, para o que contribuiu, naturalmente, a equipa responsável pelo protocolo, renovada na totalidade. Cumpriu, assim, com nota máxima, o seu papel e primeiro desafio.
Para mim, não é de somenos importância realçar os aspectos formais numa ocasião como esta, já que se trata, em grande medida, de uma momento em que o ritual e a etiqueta se sobrepõem aos demais aspectos em presença.
Em mais de uma hora como assistente, não me fico, contudo, pela natureza cerimoniosa do ato, porque aí não se esgota a sua importância, até porque de um convidado não se deve esperar apenas o aplauso, penso eu…
Por isso, sem delonga, realço dois aspectos:
Depois de ter convocado uma conferência de imprensa para exaltar o legado que deixou, o anterior presidente da câmara disse que “sempre assumiu os seus compromissos, por isso não será agora que o vai deixar de fazer”. (vide Incentivo, 2021-10-11).
Embora tenha declarado que irá tomar assento no seu lugar de vereador, a verdade é que faltou à posse. Não ficou bem!
O discurso de posse do presidente da câmara ficou, para mim, muito aquém das expectativas. Foi uma cópia da campanha eleitoral, tirando umas citações poético-literárias.
Passado o tempo em que as regras do “marketing” político são mais apertadas, para atrair votação, era de esperar — melhor dizendo, esperava eu — uma intervenção com outra profundidade, isto é, ancorada no que foi a ideia-chave (não explicada) do programa eleitoral vencedor: uma visão de futuro para o Faial, devidamente planeada.
Ou seja, eu tinha a ilusão de que o presidente da câmara mais desejado pelos faialenses, depois de Renato Leal, fosse capaz de um golpe de asa no momento inaugural do seu mandato.
Em género de parêntesis e a propósito, faço uma comparação entre Carlos Ferreira e Renato Leal: ambos cumpriram o desígnio da mudança, baseados num grau de popularidade assinalável, mas sem correspondência programática.
O presidente da câmara que entrou em funções ontem tem a seu crédito pelo menos quatro anos para confirmar que eu estou enganado.
Parte substancial das propostas para o mandato em curso são da responsabilidade do governo regional. Resta saber se o governo regional as cumprirá e, mais do que isso, se a Câmara Municipal da Horta terá força suficiente para chamar o governo à razão.
Na campanha eleitoral chamei a atenção para o facto de o Faial precisar de um presidente de câmara e não de um delegado do governo, como aconteceu no consulado socialista.
Em tempos, escrevi, citando uma anedota atribuída Bocage, a propósito de um discurso do presidente João Fernando Castro, em que apresentou obras do governo em vez de obras da câmara para justificar a validade do voto nos socialistas, que “o peido que aquela senhora deu, não foi ela, fui eu”.
Escandalizei na altura. Espero não ter que escandalizar de novo. |x|