Com o nariz na porta…

Com o nariz na porta…

TER. 24 NOV. 2020 — 17H03 | TEXTO: SOUTO GONÇALVES

EM CIMA DO JOELHO

Acabei de ver parte da transmissão da RTP-Açores sobre a tomada de posse do Governo Regional dos Açores. Algumas notas, “em cima do joelho”:

Desloquei-me à sede da Assembleia para assistir à cerimónia. Bati com o nariz na porta. O funcionário da segurança assomou e informou-me, delicada e respeitosamente, que não estava autorizado o acesso. Sei que a pandemia impôs restrições, inclusivamente aos convidados. No entanto, não teria ficado mal reservar um cantinho para meia dúzia de cidadãos hipoteticamente interessados em participar neste momento simbólico. Seria uma forma de aproximar a política das pessoas, tema de que tanto se ouve falar em campanha eleitoral. Mas é só um reparo, que, espero, em nada deslustra a tradicional boa organização dos serviços parlamentares. Já que a sede do primeiro órgão da Autonomia é na Horta eu queria contribuir, modestamente, para valorizar esse facto com a minha insignificante presença. Fica para a próxima.

Vim a correr para casa mas só consegui escutar o presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores (ALRAA) pronunciando duas palavras: “Tenho dito”. Hei-de procurar ler o discurso no site da ALRAA.

José Manuel Bolieiro fez uma intervenção adequada às circunstâncias e fruto do espartilho político em que se movimenta resultante do espectro parlamentar que o apoia. Também por isso, mas não apenas por causa disso, contrastou flagrantemente com a atitude habitual de alguns dos seus predecessores. Lembro-me, perfeitamente, pois tive a cargo durante alguns anos a cobertura noticiosa dos trabalhos parlamentares para a RDP-Açores, da desmedida arrogância de Carlos César que, perante a impossibilidade regimental de a oposição se defender, aproveitava a ocasião para tentar humilhar os seus adversários políticos. A mudança política ditada pelas eleições já se começa a notar.

Nas reações captadas pelo repórter da TV, ouvi o novo secretário das Finanças dizer que, aquando da transição da pasta, não contou com a presença o titular cessante. Foi a jaez de Sérgio Ávila a revelar-se até ao último fôlego.

Por fim recordo Passos Coelho, acusado de não ter sabido sair de cena, mantendo um discurso ressabiado perante António Costa e o seu Governo. Ora, o que fez Francisco César, perante as câmaras de televisão, no final da cerimónia, recordando e insistindo que o PS ganhou as eleições, não foi muito diferente. |X|

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