O Sol parece que começou a descer do alto da montanha
FOTÓGRAFOS FAIALENSES | José António Magina
QUA. 21 OUT. 2020 | SOUTO GONÇALVES [TEXTO]
O sentido de oportunidade e de estética deste fotógrafo amador revela-se nesta foto, publicada na manhã de ontem no Facebook. O Sol parece que começou a descer do alto da montanha, para percorrer o trilho da sua vertente sul que leva e trás gente aos molhos para alcançar o ponto mais alto de Portugal.
O astro-rei vem de uma longa jornada, que na estação quente fazia-o levantar-se cedo por trás de São Jorge (olhando a partir do Faial). Agora encaminha-se pelo Pico abaixo para despertar com a alvorada para os lados de São Mateus, quando no inverno dele bem precisarmos para nos aquecer. |X|
O pescador faialense José Liduíno augura dias difíceis para esta importante atividade económica sediada no Porto da Horta. Lembra que há 20 anos trabalhavam na pesca jovens com 18 anos, mas que hoje o mais novo dos pescadores que se encontra na cidade-mar não tem menos de 35 anos de idade.
Falando numa gravação em vídeo [ver no final do texto] no âmbito da campanha eleitoral da CDU para as eleições legislativas regionais do próximo dia 25 de outubro, José Liduíno diz mesmo que a pesca acabará em breve nesta ilha. “Começa-se a ver o fim da pesca no Porto da Horta”, assegura este pescador.
Trata-se de uma realidade para a qual o presidente da Associação de Produtores de Espécies Demersais dos Açores (APEDA) também alertou recentemente. Jorge Gonçalves manifestou, durante um encontrou de carácter político no âmbito da Assembleia Municipal da Horta, os seus receios sobre a perda de importância do Faial no contexto regional no que toca a um dos sectores que é considerado como um dos pilares do sector primário da produção regional.
José Liduíno fala, por sua vez, da problemática do preço do pescado vendido ao consumidor, chamando a atenção para outro problema, que é a escassez do recurso.
Estranha, por outro lado, as margens de comercialização praticadas em superfícies comerciais, que atingem valores exagerados, propondo, por isso, que não deveriam ultrapassar 25 por cento.
Insurge-se contra as regras apertadas impostas aos pequenos pescadores em oposição a situações mais favoráveis para os barcos de grande porte, que, na sua opinião, estão a delapidar os mares dos Açores.
Ainda sobre o preço do peixe reconheceu que o cidadão de uma classe menos favorecida não consegue comer um goraz. |X|