Belchior Neves: «Infelizmente, o windsurf tem um calendário curto» | fotografia de José Macedo, 2017
Posicionado no primeiro terço da tabela classificativa do Campeonato do Mundo Fórmula Foil 2024 de windsurf, Belchior Neves acha que pode fazer melhor, apesar de ver a modalidade “a morrer” no Faial e nos Açores
Realizado na cidade marítima de Puck, no norte da Polónia, entre 17 e 22 de junho, o Mundial organizou-se em três classes: masculinos, femininos e juniores. Na primeira delas, dividida pelas categorias de seniores, jovens, masters, mestres e veteranos, participaram 61 windsurfistas, entre os quais dois portugueses.
A representação lusa foi constituída pelos campeão nacional e ibérico Miguel Martinho (master, 48 anos), do Clube Naval de Portimão (CNP) e vice-campeão Belchior Neves (sénior, 33 anos), do Clube Naval da Horta (CNH).
Tal como aconteceu na competição nacional e ibérica, os dois windsurfistas realizaram as 21 regatas (de 36 previstas) numa disputa renhida, acabando por se classificarem no 19.º e 20.º lugares, respetivamente.
Belchior Neves conseguiu a sua melhor classificação com um 8.º lugar, enquanto Miguel Martinho obteve um 6.º lugar. A pior classificação de Neves foi um 39.º lugar, enquanto Martinho desceu ao 42.º lugar. No mano a mano que protagonizaram o windsurfista do CNP ficou à frente do faialense 13 vezes, enquanto contrário sucedeu em 8 regatas.
O estado do tempo foi o principal adversário dos concorrentes, que obrigou ao cancelamento de 15 regatas.
Em declarações feitas a soutoemlinha, na passada quinta-feira, Belchior Neves explicou as condições difíceis em que o Campeonato estava a decorrer, realçando a enorme diferença com aquilo com que se depara nos Açores e no Algarve, mares que conhece.
O campeão do mundo Fórmula Foil 2024 é um polaco de 19 anos. O atleta mais velho, sueco, com 64 anos, foi 41.º classificado. Os concorrentes mais novos (oito) tinham 17 anos e ficaram entre a 11.ª e a 52.ª posições.
«Os resultados alcançados deixaram-me com uma sensação de que é possível ir um bocadinho mais longe»
Declarações de Belchior Neves a soutoemlinha após a conclusão do Campeonato:
— Os resultados alcançados estão dentro das expectativas iniciais?
— Os resultados alcançados deixaram-me com uma sensação de que é possível ir um bocadinho mais longe. Apesar de serem muito bons, há sempre margem para fazer melhor. É essa a sensação com que fico.
— Quais são os objetivos para o futuro?
— Infelizmente, o windsurf tem um calendário curto. Só tenho mais uma prova agendada, para setembro, em São Miguel. De resto, e em princípio, só se irão realizar provas para o próximo ano.
— Quais foram as competições mais importantes em que participou a nível nacional e internacional?
— O Campeonato Nacional seguido do Campeonato do Mundo eram as provas que eu não queria falhar.
— Ser vice-campeão nacional e ter esta participação internacional pode contribuir para o desenvolvimento do windsurf no Faial e nos Açores, na medida em que dá notoriedade à modalidade. Isso vai mesmo acontecer, ou não se espera muitas alterações?
— Eu gostava muito que houvesse uma alteração em relação a esta modalidade. Mas, infelizmente, não vejo estas minhas conquistas terem algum impacto nesse aspecto.
— O windsurf é uma modalidade significativa no contexto local e regional?
— O windsurf já foi uma modalidade com bastantes participantes a nível regional. Neste momento é uma modalidade que está a “morrer”. ✓
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