Paulo Nascimento Cabral conseguiu eleição que estava em dúvida | fotografia: PSD-Açores
Partido Socialista (PS) venceu, em Portugal, as eleições para o Parlamento Europeu. Aliança Democrática (AD) ganhou nos Açores e no Faial.
Nas eleições para o Parlamento Europeu um círculo eleitoral corresponde a um país, daí que, para atribuir a vitória, se tem que levar em conta o resultado nacional. Por isso, foi o PS quem ganhou as eleições ontem realizadas.
Acontece que há sempre outras interpretações dos resultados, que são feitas pelas mais variadas razões. Até se costuma dizer que, na noite eleitoral, quase todos ganham, pois, cada concorrente olha para o desfecho do escrutínio conforme lhe convém.
Sendo assim, para além da vitória socialista, também se pode olhar para o desfecho da votação na ilha do Faial e nos Açores, já que soutoemlinha vê tudo isto a partir do lugar onde se situa, por sinal, na ultraperiferia da Europa que foi a votos.
No concelho da Horta, ilha do Faial, a AD ganhou (41,85%), com vantagem clara sobre o PS (31,51%), vitória que se estendeu a 10 freguesias. Nas restantes três os socialistas ficaram à frente (Angústias, Feteira e Praia do Almoxarife). O Bloco de Esquerda (BE) e o Chega (CH) obtiveram 5,19% e 4,98%, respetivamente. Na Coligação Democrática Unitária (CDU) votaram 3,48% dos eleitores e 3,43% na Iniciativa Liberal (IL). Os restantes nove concorrentes (Livre, ADN, PAN, ERGUE-TE, ND, RIR, MAS, MPT, VOLT), não atingiram, cada qual, os 2,5%.
Os faialenses que votaram (28,71% de 13.009 eleitores) estão – como tem ocorrido nas eleições mais recentes – com a AD, até mais do que os açorianos que também se mostraram apoiantes da coligação PSD/CDS/PPM (AD), numa percentagem de 38,38, e muito mais do que os portugueses (31,11%).
Curiosamente, o PS no Faial e na Região Autónoma dos Açores obteve percentagens muito próximas (31,51 e 32,32, respetivamente), em linha com o resultado nacional (32,08%).
Numa altura em que de notam sinais de insatisfação relacionados com os problemas de transportes marítimos e aéreos, que afetam fortemente a ilha, os eleitores faialenses parece não terem considerado que isso seja suficiente para retirar apoio à AD.
No contexto regional, entre outros fatores, a eleição de um segundo deputado açoriano para o Parlamento Europeu terá pesado na decisão dos açorianos (a AD superiorizou-se largamente ao PS: 38,38% / 32,32%). O candidato do PS, André Rodrigues, em posição claramente elegível (5.º lugar da lista) não precisava de um grande resultado do seu Partido, enquanto Paulo do Nascimento Cabral (7.º da lista da AD), necessitava que a coligação descolasse do resultado de há cinco anos. Foi isso que aconteceu (Cabral é o último eleito da sua lista), o que o torna protagonista do desfecho eleitoral mais significativo no plano regional. A eleição de Ana Martins, como número 2 da lista da IL, introduz um dado novo nas eleições para o Parlamento Europeu: pela primeira vez a Região tem três deputados em Estrasburgo.
Os resultados mencionados nesta notícia foram extraídos do jornal Expresso, quando quando faltava contabilizar 1% dos votos do todo nacional. ✓
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